quarta-feira, maio 02, 2007

Tereza

Me olhou
como se eu fosse a sua presa
De sobremesa,
no jantar,
quis me desfrutar
até em cima da mesa
Colou
meu peito no seu decote
Que sorte
a blusa
se abriu. Me usa, abusa
do seu mascote
Sorriu,
trazia um brilhante no dente
Presente
do dentista,
e as lentes
que ganhou do amigo oculista
Artista,
pensa que ainda engana
A cama
desarrumada
Deu folga pra empregada
Que nada,
sumiu por uma semana
Insana,
ligou para se despedir
Na pressa,
trocou
meu nome por Altamir
Baiana,
vive lá no Nordeste
Agreste,
me deixa
a sensação de estar no deserto
Mas perto,
a gueixa,
me faz esquecer a peste,
o medo,
o tempo
Acorda
às duas e acha cedo
Que medo,
levou a escova de dentes
Calhorda!
Jurou que seria pra sempre
mas sempre
arranja uma desculpa
pra culpa
que leva por ser da gente,
do povo
Frita ovo que é uma beleza!
"Tereza,
te amo,
não some da minha vida"
Bandida!
Levou o que eu tinha no peito
Sem jeito,
voltou
trazendo os seus defeitos
Chorou,
contou-me histórias antigas
Amiga.
Amor.
Tristeza da minha ferida!
Alívio
à dor:
Tereza da minha vida.

2 comentários:

.hi-fi. disse...

...de tanto me fazer sentir, sem Tereza já não sei existir

Anônimo disse...

Nossa, que lindo, que sensível! Me lembra A rosa, do Chico Buarque