sexta-feira, novembro 10, 2006

Mlle. L. chegou (parabrisasparalaura)

Nessa näif em que me visitas
não é tua beleza que te faz bonita
(tua beleza é um vazio é
um cio de formas aflitas)...

.corre-me o risco de vê-la feia, de tanto que és bonita.

Corre-me de vê-la o fragmento
na metadetempo
desse frágil objeto-concreto em estrutura.
Dividindo nosso encontro
em sua falsa-formosura sofrimento.

Chegas, desfazem-se elas todas:

Mais que amar mais tranquilo:
eu transparente, ela de vidro.
e sabermo-nos túrgidos
de nós diluindo
( aquarelas )
nas manhãs de domingos.

terça-feira, novembro 07, 2006

Perdida (ou “Pérdida o ganancia”)

Do colapso dos desencontros
Entende-se a e-x-t-r-a-o-r-d-i-n-á-r-i-a recusa da referência em ser referência
Qual vão maior, maior é?
Metada-se? Desmeta-se?
Fragmenta-se tudo
Matéria e espaço
Tempo e prioridades
O caso vira descaso
E alvorada

sexta-feira, novembro 03, 2006

Em cada acaso e cada esquina,
há pouca sorte e muita sina
e as profecias que se auto-cumprem
continuam cumprindo a sua função:
Tornando cada ato vão,
O imprevisível destruído no
mundo da tal globalização.
E então eu penso no mercado,
Tão ingrato! Não cumpriu o nosso trato,
Me deixou aqui na mão.

Logo eu, que tomei todas as marcas de refrigerantes
e muito antes de todo mundo comprei
o disco original da melhor banda
e paguei no crédito! ( ou foi no débito?)
Eu comprei remédio.
Fui ao cinema pra espantar o tédio.
Eu tomei sorvete,
matei a sede com gatorade,
eu que comprei até smoking
para fumar o meu baseado!
Mas o mercado, tão ingrato!
Não cumpriu o nosso trato,
me deixou aqui na mão.

Mas que porra!
Eu tomei cerveja
e assisti todas as propagandas,
Joguei na loto toda semana,
Comprei guitarra, videogame,
umas revistas, aluguei fitas,
Mas já comprei meu DVD!
Eu escuto rádio e vejo TV,
Mas e aí que você vê,
Como o mercado é tão ingrato,
não cumpriu o nosso trato,
me deixou aqui na mão.