terça-feira, maio 15, 2007

Desastre

- Sou tão, mas tão desastrado
que derrubei essas palavras (sem métrica!)
nessa folha amassada.
Perdão, foi sem querer, eu juro!
Não foi por nada.
Prometo que vou me calar.

Oh, mil perdões, derrubei também
alguns impropérios,
mas já vou recolher!
Juro que esse "filho da puta!"
não é pra você.
Vou catar essa "merda" que deixei cair,
Deixarei tudo limpo,
já vou me omitir!
(Como convém)
Desculpa mesmo,
juro que não quis
incomodar ninguém.

- Mas já incomodou, moleque pentelho!
Pensas que é poeta? Te olha no espelho!
És só um fedelho, que menino feio!

- Desculpa, perdão,
me poupe o sermão
prometo que vou
recolher o refrão!

- Recolha então!

- Não recolho não!

- Recolha senão
não te dou um tostão!

- Recolho então,
e peço perdão,
Ponho-me no chão,
não me deixe mão!


- Te dou um vintém:
Largue a poesia!
Cansei de te ver
nessa vida vadia.
O bolso furado
dinheiro não tem
se quer ser poeta,
que seja, amém!
Mas já não espere
por nenhum trocado
Seguirá vazio
teu bolso furado.

- Desculpa então,
me poupa o sermão,
prometo que vou
recolher o refrão.

- Recolha então!

- Não recolho não!

- Recolha senão
não te dou um tostão.

- Recolho então,
e peço perdão,
Ponho-me no chão,
não me deixe mão!

- Pois pára com isso,
moleque atrevido
se continuar
te dou um castigo!

- Ah, castigo não!
Versei sem querer,
caíram os versos,
não pude conter.
Tentei segurar
mas eram tão lisos!
Jogavam-se loucos
Mirando o piso.
Portanto: foi mal!
Versei sem querer!
Juro, algo igual
não vou mais fazer!

- Não faça, senão
não vou esquecer.

- Desculpa, perdão,
me poupe o sermão
prometo que vou
recolher o refrão!

- Recolha então!

- Não recolho não!

- Recolha senão
não te dou um tostão.

- Não recolho não,
nem peço perdão,
Não quero tostão,
Me basta a canção.

4 comentários:

Anônimo disse...

CA_RA_LHO! MUITO BOM!!! Essa música será musicada assim que cehegar em casa

Anônimo disse...

retifico...esse poema será musicado

Cíntia Costa disse...

E desde quando canção paga as contas?
:)

Marcos disse...

eu nem ia comentar esses versos, pela absoluta 'desnecessidade' de fazer isso...achei muito verdadeiro: misturando linguagens, soando ritmado e sincero...
Comentei só pra te rasgar uma seda(no bom sentido)...

Té!