terça-feira, junho 26, 2007

[delírio veranil] Jack teve um sonho

Um espaço vazio, um palco. E então surge um trio, contra-baixo, bateria, violão e voz.

Ao fim do show Jack percebera que ouvira a banda de seus sonhos, e foi cumprimentar o baixista:
- Muito bom o som de vocês.
- Valeu! quer ir com a gente tomar alguma coisa?
- Claro! com certeza!

Ao se virar viu que só ele presenciara aquele show, ao se virar novamente para banda ela já não estava mais lá. Era um sonho? Estaria criando amigos imaginários?

Se sentiu só, ergueu a cabeça novamente e estava rodeado de pessoas que nunca vira antes, mas que logo vieram cumprimentá-lo. Os questionamentos deram lugar a conversas e risadas. Quando começava a conhecer bem um e ia conversar com outro a primeira já havia sumido. Bastava ele começar a gostar da pessoa e tirar os olhos dela que ela dissipava.

Eram fantasmas? Não importava, eram seus amigos. Descendo a rua, se divertindo com a simples presença de cada um. Era só não tirar os olhos deles - coisa difícil. Brotou-lhe a melancloia e então apreceram mais amigos, eram agora ao todo três garotas e quatro rapazes. Chegaram então numa praça, que de tão vistoso parecia mais um jardim. Armações com trepadeiras formando um corredor com bancos, flores e canteiros bem cuidados, ótimo lugar para reunir amigos, ou mesmo caminhar sozinho.

Uma coroa de flores e armação de trepadeira para a mais bela entre elas. Um sorriso contagiante, cabelos negros precisamente encaracolados. Apaixonara-se pela garota que sempre procurou, a que sempre procurou, pois ela também correspondia a essas fagulhas de sentimentos. Palavras e beleza, estavam imersos, cada um no outro até que Jack não via mais os outros, e tinha medo de tirar os olhos dela e perdê-la.

Trocaram beijos e abraços, numa comunhão apaixonada e carregada de calor. Caminharam até o final da praça onde encontraram brinquedos, desses de colocar moedas para fazê-los funcionar. Ela decidu subir em um deles. Jack vacilou os olhos para o lado, ela ainda não havia sumido, e concluiu inocentemente consigo que quanto mais eles interagiam com a realidade menos fantasmas se tornavam, e desaparecer ficaria mais distante. Então decidiu:
- Casa comigo.
- Por quê? - não, não era um porquê da dúvida de seus sentimentos, ou do questionamento do que o outro sente. Era um porquê de pra quê, para quê casar se estavam certos de seu amor e de sua felicidade?
- Porque assim você não vai sumir. Assinando o papel você se torna real.
Ela respondeu com um beijo. mas ele tinha dúvidas se ela ainda permaneceria lá, só queria que aquele abraço fosse para sempre.

Um comentário:

Professor Howdy disse...




Very good work!
Congratulations...