domingo, agosto 12, 2007

Soam sinos

Mais sou
Menos me torno
Mas sou.
Soam sinos
Pétalas e asas...
Soam sinos
Estilhaçam-se vidros
Ensuderce a asa
Sangra a pétala.
A asa da borboleta,
O cone invertido
A pétala de rosa,
O badalo.
Soam mártires.
O órgão fundamental do vôo
Aclamado pelo sopro
A peça da colora da flor
Robusta mas febril
Soam sinos
O badalo do cone...
Verte-se o líquido salgado.
A melodia estridente
A pétala efêmera
O sopro nostálgico
Torno-me
Mas não sou
Do badalo
Escorre meu líquido
É água sagrada estilhaçada
Porém profana
Mais sou
Menos me torno
Mas sou
O último badalo encharcado
Aclamado pelo martírio

Um comentário:

Anônimo disse...

Novamente me deparo com palavras levemente dispostas.
Tão leves e tão sutis que sou capaz de transitar do mundo da razão moderna para penetrar na sensibilidade de uma jovem e talentosa escritora.
Mais sou e mais me torno seu leitor predileto.
Mais um para a coleção. Com esse já são nove.
Continue assim Ju... criando, escrevendo...
D.