terça-feira, março 11, 2008

Sete Sonetos

II - segunda-feira

foi você quem libertou minha poesia
foi você quem libertou minha língua
foi sua languidez que me desinibiu:
seu sorriso de mármore foi minha recompensa

mas será seu coração também de mármore?
quer matar minha poesia, agora que está liberta
quer deixar minha alma fria, agora que está coberta
quer levar do meu paladar a mais doce nectarina

hoje observei seu corpo, de canto de olho,
recolhendo nossos pedaços pelos cantos da casa:
buscava a inspiração da qual serei privado

mas a tela me sorriu em branco por horas a fio
e agora, os olhos caindo, encaro o relógio, espantado
já passou da meia noite. o poema está atrasado.

Um comentário:

Priscila Lopes disse...

o acalentar das metáforas sobre o cotidiano estremecido - e pacato.