sábado, setembro 01, 2007

O Gozo

era hora, sim, eu sabia
era hora da poesia
mais linda
nascer.

lá estava ela, despida
pequena, esguia,
envergonha,
- comi muito chocolate na semana passada.
- bobagem, vem cá, ta frio...
sorriu. chegou. beijou. deitou.
deitei.

deitei, tantas vezes, deitei, tantas vezes, deitei, tantas vezes, deitei, tantas vezes, deitei, jamais me cansei.

Jamais me cansei
do toque macio,
da boca calada,
o gemido que escapa,
o som engraçado,
o sorriso vexado
mais lindo.

o carinho
mais intimo,
o lábio molhado
sobre o lábio...

o gosto de sentir
o gosto do outro...

e o gosto de se sentir saboreado!

e depois,
entrelaçado,
o antegozo
que é gozo
entrelaçado,
impetuoso,
calculado,
calma, gozo!
é quase hora,
é quase hora,
é quase hora,
já é hora...
- agora!
- foi?
- fui! Foi?
- eu também...
que gozo
maravilhoso...
que sono!
sonhei.

do gozo
gostoso,
libidinoso,
licoroso,
melodioso,
sinuoso,
milagroso,
nasceu.

nasceu a poesia mais linda
que daqui a pouco
- quando?
daqui a pouco.
- quando?
não sei, daqui a pouco!
vai nascer.

3 comentários:

Anônimo disse...

achei esse blog por acaso. muito bacana. os textos são bons - mera opinião de outro escritor barato. a partir de hoje está nos favoritos. a propósito, a gozada realmente deve ter sido de primeira qualidade.

Cíntia Costa disse...

Mesmo tímida, não é possível deixar de comentar seu texto, Caito. MTO bom. Bjo.

Priscila Lopes disse...

Fabuloso!