terça-feira, abril 17, 2007

Canção de despedida

Nem sei se chega a ser triste
Fitar esses olhos, velhos conhecidos
E ver que já não há mais nada
Além desse vazio que ensurdece

Inimigos tão cúmplices
Passamos a vida nos procurando
Para nos perdermos em tantos outros
Sem nem um aceno ou café da manhã

O vento desfez os castelos nunca habitados
Que teimoso construí para te coroar
E agora sozinho nesse abraço
Um beijo vazio
Processo arquivado por falta de provas
Sol que se põe e depois não levanta

Dançamos uma valsa devagarinho
Com gosto de cigarro e desistência
Sorriso torto, constrangido
Tua cabeça pousada no meu ombro
Nenhuma palavra por dizer
A vida passou por nós sem alarde
E aquele amor morreu sem sequer nascer

8 comentários:

Anônimo disse...

e seja bem-vindo, escritor barato. o clube está crescendo. abraços.

.hi-fi. disse...

...despedida vesperada de saudades[do que foi, poderia ter sido, pode ser]

Thais disse...

A eterna nostalgia dos ventos que não beijamos. Gosto muito.

Anônimo disse...

um fim não é fim... e alguns insistem em parar por aí.

Anônimo disse...

Belo poema, gostei muito da valsa com gosto de cigarro e desistência, mas tiraria "nos perdermos" e colocaria "nos perder" acho que na segunda estrofe. Mas isso só se fosse eu, afinal licença poética é licença poética. Beijos, Gui

Guilherme disse...

Obrigado, minha gente. Para o Gu: na verdade, isso nao é um poema, mas uma letra de música (à espera da mesma). E optei por "nos perdermos" porque "nos perder" daria a idéia de se perder por aí, na vida, e "nos perdermos" se refere aqui a nos perdermos um do outro. Sacou?

Anônimo disse...

Lindo d+. Descobri por acaso o blog e adorei o poema.

Agridoce disse...

Doce e amarga despedida.
Que venha em forma de canção. =]
No aguardo.