terça-feira, abril 24, 2007

Sobre a boemia - Na mesa

Na mesa.
Não que seja o melhor dos lugares, mas é onde a maiora concorda em se reunir, pra um papo, o espairar da semana, do dia, sem distinção de credo, gosto musical ou profissão.

Mesa cheia, cercada de amigos, conversas e histórias, e risadas. Lembranças e brindes a momentos mitológicos. Um abraço, um aperto de mão, um beijo. Não há inimizade que dure, rivalidade que persista.

Na mesa, crenças de degladiam, a arena pra suas fortes convicções. O campo para reciclar utopias, e criar outras.

Ouvir um trovador, e seu violão. Uma gaita e imergir na beleza da noite. A mesa ao lado carregada de ternura e ilusões, flores e perfumes - elas sempre são mais.

O lugar das epifanias desmedidas, e aforismos acometidos, onde o lirismo é livre, os momentos se amplificam com a intensidade das palavras e toda loucura é mais genialidade, e toda realidade é poesia.

A mesa de bar, o centro da roda de samba, na batucada pra morena levantar. Na quinta, ou na sexta, com ou sem a disputa de sinuca. O pagode de sexta ou de sabado, mas é pra lá que eu vou.

Um comentário:

Anônimo disse...

E por falar nisso, hoje tive o prazer de me degladiar irmamente com José Henrique Lopes, Vania Goy, Rodrigo Antônio, Mônica blábláblá, e Marcelo Iha em uma dessas arenas tão disparates das tradicionais. Que delícia. Pena que estou tomando antibiótico...
Bela analogia!