segunda-feira, janeiro 09, 2006

Saudades de Madalena

Marinete hoje está diferente:
seus olhos transbordam saudades.
Deitada sob o sol,
a cabeça apoiada sobre as patas cruzadas,
Marinete pensa desesperadamente em Madalena.

Brigaram muitas vezes, é verdade;
Trocavam rosnadas e patadas o dia inteiro
Mas todos sabem que à noite,
longe de olhos humanos e enxeridos,
dormiam entrelaçadas como duas amantes.

Afinal, todo amigo é um amante.

Madalena foi viver em um lugar melhor, também é verdade,
mas nada disso consola
E agora, Marinete olha triste para a tigela laranja
perguntando-se qual a razão de tanta ração.


Ps : Este poema é dedicado ao Douglas e a todos os outros amigos de verdade, presentes ou ausentes. Não é preciso citar todos os nomes, quem é sabe que é.

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