Não era a primeira vez que Marcos andava de Metrô com seu avô. Ele já o tinha levado ao zoológico uma vez, e ao médico outras duas. Essa era a terceira no médico, mas dessa vez o horário era de manhã - Vou poder brincar mais hoje! - Marcos já via seu carrinho preferido.
- Marcos, hoje vamos pegar o Metrô mais cheio.
- Por quê?
- Porque o pessoal tá indo pro trabalho.
O inevitável metrô lotado, até que ainda respeitam os mais velhos:
- Pode se sentar senhor.
- Obrigado, pode deixar, eu vou descer logo.
- De nada [sorriso]. Que menino lindo!
- Obrigado, é o Marcos, meu neto! - o vô é daqueles que odeia diminutivos, coisa pra meninas, dizia.
- Tá na escola?
- Tô sim. Tô com cinco anos.
Marcos só queria tentar surfar no vagão, sem se segurar, igual ao moço no meio da entrada que não alcança o apoio.
- Se segura Marcos, não vai querer cair aqui.
- Eu não vou cair vô.
- Eu não vou te segurar, nem te levantar.
Ordem entendida - segurar firme no corrimão.
- um...dois...três...hmmm. Faltam 3 estações pra Vergueiro vô.
- Isso mesmo! Não sai de perto de mim na hora de descer.
E não é que o avô sabia prever algumas coisas? Marcos olha pra um lado e pro outro: Cadê o vovô? - vê o vô 8 degraus acima na escada rolante:
- Me espera vô! Me espera!
- [aceno]
Muitas pessoas e alguns degraus acima:
- Calma vô, eu tava descendo do metrô.
- Na cidade tem que andar rápido Marcos.
- ...
- [sorriso]
- Tá!
Olhos arregalados pra tentar enxergar melhor o que o vô acabou de ensinar. Dois pensamentos depois, e o passo começou a apertar.
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