quarta-feira, março 29, 2006

Insônia

Insônia, insônia...
o que seria do poeta sem ti?
Tantas vezes és amaldiçoada,
mas senão fosse tu
nesta folha
o nada.

Insônia cruel me responda:
onde está o sono agora?
Talvez no leito da pessoa errada...
Talvez junto a mulher amada...
Longe... Bem longe.
Tão longe que não sei onde.
Nem sei como achar,
nem quem procurar.

Seria lindo dizer que escrevo para o mundo cantar.
Mentira!
Escrevo para o sono alcançar.
Mas ele esta tão longe...
Tão alto...
Passou a lua
e quebrou a direita rumo a alguma galáxia distante.

Se ao lado do copo d’água
houvesse uma pílula de lexotan,
quem sabe adormecesse.
Mas não há.
Só há um maço de cigarros,
um punhado de lembranças
e um pouco de esperança.

Ah...
Estou acabado.
Descansar é preciso,
como eu preciso...
Mas o olho não quer fechar.
Então ao menos fecho o caderno,
jogo a caneta de lado
e deito

Fico aqui

olhando o teto, desperto,
cada vez mais perto,
prestes a me esmagar.

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