quinta-feira, julho 24, 2008

As mulheres que me fizeram,
construída de saliva, barro e sangue,
carregavam nos punhos ferro.
Aroeira nas costas.
Traziam o olhar rente ao horizonte:
baixos pela dor,
altos pela lição.
Os lábios cerrados, os dentes ocultos.
Peito duro, mas poroso.
Traziam o mundo nos ombros.
E sob as sandálias, as paixões.
O matriarcado que me gerou
Me deu de presente todos os mundos que engoliram
e algumas cicatrizes nos pés.

3 comentários:

Unknown disse...

duro, mas poroso. è o verso que mais gosto!

Seja muito bem-vinda!

Priscila Lopes disse...

Ótimo estréia!

Você está muito bem acompanhada aqui no sindicato, sabia? Sem querer me gabar, mas são colegas estes com quem eu gostaria de ter o prazer de conviver.

Abraços

Marcos disse...

isso que você escreveu é simplesmente lindo!