terça-feira, junho 24, 2008

queridos camaradas, tão distantes
nesse poema de inverno frio
que corre apertado através do fio
mando notícias do meu coração vazio

nessa poesia sentimentalóide
mando notícias de tablóide,
desse coração despedaçado.

é que ando tão a flor da pele
que tenho ganas de ódio
contra os sortudos que
encontraram as palavras certas
antes de mim.

é que ando tão desesperado
que nesse mês gelado
está tão ruim o baseado
só me resta ficar embriagado
do conhaque mais barato
da venda do tio.

é que ando tão sozinho,
tão sozinho!
que me perdi até de mim mesmo.
voluntariamente.

queridos camaradas, tão distantes!
não há instante em que eu não pense
em abrir uma cerveja
e colocar alguns copos a mais na mesa
e encher o cinzeiro com nossas cinzas e nossas angústias!

queridos camaradas! ando tão distante
é que sinto a falta de alguém pensante
cansei de ser pedante solitário
cansei de ser o único otário
preciso de alguém com quem concordar.

queridos amigos viajantes!
cansei de suas visitas
tão curtas que deixam
saudades aflitas
quando é que vamos
habitar o
mesmo lugar?

3 comentários:

Robson Assis disse...

Caito, não sei porque, desde que leio este blog - vá lá uns 3 anos ou coisa que o valha - desde a primeira frase/verso sei quando o texto é teu.

Uma gelada, um maldito cinzeiro e uma mesa redonda de histórias absurdas. Também estou precisando disso.

Quando vamos marcar aquela feijuca de leguminosas regada a cerveja e bebidas degenerativas?

Abraço,
Robas

bsh disse...

O Tarde chegará e quando assim for iremos perceber. Até lá... Estamos a tempo.

http://desabafos-solitarios.blogspot.com/

Priscila Lopes disse...

"Tô contigo, tamo junto!"