sexta-feira, novembro 03, 2006

Em cada acaso e cada esquina,
há pouca sorte e muita sina
e as profecias que se auto-cumprem
continuam cumprindo a sua função:
Tornando cada ato vão,
O imprevisível destruído no
mundo da tal globalização.
E então eu penso no mercado,
Tão ingrato! Não cumpriu o nosso trato,
Me deixou aqui na mão.

Logo eu, que tomei todas as marcas de refrigerantes
e muito antes de todo mundo comprei
o disco original da melhor banda
e paguei no crédito! ( ou foi no débito?)
Eu comprei remédio.
Fui ao cinema pra espantar o tédio.
Eu tomei sorvete,
matei a sede com gatorade,
eu que comprei até smoking
para fumar o meu baseado!
Mas o mercado, tão ingrato!
Não cumpriu o nosso trato,
me deixou aqui na mão.

Mas que porra!
Eu tomei cerveja
e assisti todas as propagandas,
Joguei na loto toda semana,
Comprei guitarra, videogame,
umas revistas, aluguei fitas,
Mas já comprei meu DVD!
Eu escuto rádio e vejo TV,
Mas e aí que você vê,
Como o mercado é tão ingrato,
não cumpriu o nosso trato,
me deixou aqui na mão.

Um comentário:

Marcos disse...

"O imprevisível destruído." Matou. Na borduna...