que vivem as pessoas de letras.
Perigosamente letradas.
É lá que vive a mulher de letras.
Na minha cabeça ela(s?) vive(m)
----------------------(você)
***
Tuas linhas,
sobrepostas,
sobre-saltam-me,
assaltam-me
como saltimbancos
saltitantes.
E tuas palavras
(aonde estão escritas?)
dês pe da çam
---------------minhas
pa l a v r a s.
Tuas linhas me envolvem, tantas linhas, tanta lenhas
entre laçadas e, entre linhas,
todos esses pequenos poros que são teus imensos silêncios
(estou condenado a te imaginar eterna-mente?).
Sinto-me
inseto miúdo
preso na teia,
imaginando a face da aranha...
Estou aflito, quero interrogar minha raptora.
Quando ela chegará?
Será breve? Será bela? Será vida ou será morte?
(Quem poderá prever minha sorte?).
A aranha e o inseto,
de qualquer jeito,
estão sempre ligados pela teia.
Ligados pela estranheza
(palavra estranha).
Ligados pelo desconforto de se sentirem
seres abjetos.
-----------Não sabem da beleza de se ter olhos multifacetados.
-----------------------------A beleza da estranheza.
***
As estranhas pessoas de letras,
ligadas pelas palavras estranhas.
Ligadas pelas palavras-entranhas.
***
Tuas linhas vertem lágrimas.
Tuas veias vertem vinhas.
Quero um gole.
Tenho sede de sangue e sal.
Tenho sede de sangue e sal.
Um comentário:
pedi licença à minha garganta
minha mão direita
apanhou meu coração
esparramei sal
como se adubasse o meu sistema
mas pulou das minhas mãos
o meu coração
acomodou-se
dentro de um pote de gelatina
não sai mais de lá, por nada.
ainda tenho linhas
só que meu sangue agora é salgado,
tornou-se lágrima.
sem bater
peço licença, .
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