Meu desejo é sair dessa caixa de fósforo
De onde enxergo outros prédios, outras luzes acesas, outros perdidos na madrugada
E abraçar alguém
Dizer “Oi” para o padeiro
Cumprimentar o vendedor
Sair desse mundo que não fede, nem brilha e muito menos se bate
Bater a cabeça no galho da árvore
Passar por cima da faixa de pedestre
Ver
Sem mais diálogos de dedos não vistos
Partos invisíveis de sentimentos
O egoísta rubor das bochechas
Que se mostram vermelhas apenas para o meu próprio calor
Quero dedilhar o vento que acabou de voar seus cabelos
Que driblou o contorno de seu corpo
Que arrepiou seu braço nu
Braço que enxergo a minha frente
De repente transferi a maior parte da minha realidade –
irreal –
Para o universo de símbolos virtuais
Provando a teoria do vazio do pós-moderno
Quero sentar no tronco ao seu lado e proferir palavras que você sorverá
E farão arregalar seus olhos
Subir suas sobrancelhas
Mover seus lábios
Salgar suas lágrimas
Diante de mim
Preciso sujar meus pés de areia
Engasgar com a água salgada
Entrelaçar meus dedos nos seus
Chutar e machucar o dedão
Brilhar para o sol
quinta-feira, abril 27, 2006
E o silêncio é nosso lar
E o silêncio é nosso lar
É a coberta que aquece nosso inverno, outono e madrugadas gélidas de outras estações
O silêncio é o livro que descansa na nossa cabeceira
A caneta que dorme na mão
Nosso mais delicioso diálogo
É o silêncio que nos cobre de beijos tenros
De finas gotas hidratantes
O nosso silêncio tem cor de neblina
Cheiro de cumplicidade, de nós, de agora
Um silêncio que não nosso tem farpas e labirintos,
Quando o de nós é a céu aberto, céu azul, grama fofa sem insetosÉ provar a eternidade até que a primeira lembrança de compromisso grite e estoure nossa bolha de cetim.
É a coberta que aquece nosso inverno, outono e madrugadas gélidas de outras estações
O silêncio é o livro que descansa na nossa cabeceira
A caneta que dorme na mão
Nosso mais delicioso diálogo
É o silêncio que nos cobre de beijos tenros
De finas gotas hidratantes
O nosso silêncio tem cor de neblina
Cheiro de cumplicidade, de nós, de agora
Um silêncio que não nosso tem farpas e labirintos,
Quando o de nós é a céu aberto, céu azul, grama fofa sem insetosÉ provar a eternidade até que a primeira lembrança de compromisso grite e estoure nossa bolha de cetim.
segunda-feira, abril 17, 2006
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