domingo, fevereiro 18, 2007

Pai, com carinho

Foi quando vi
o tempo que tempo sendo
mas não existindo
Deu medo
de ver tão indo
Dum tempo - arre...
tão pronto chegar

sexta-feira, fevereiro 16, 2007

Do que não sou

Não sou um escritor barato
Nem sequer uma barata escritora
Sou, quando muito, algo como...

Um escaravelho embebido em tinta.
Daqueles que cambaleiam e rastejam
seu grifo de imprecisas patas.

Daquelas pulgas amestradas que - desastradas -
mergulham em tonel de nanquim e gravam
não um verbo e, sim, um tropeço.

É possível conjugar tropeço.

Eu tropeço
Tu tropeças...

Mas, vá lá...

Ninguém há de imprimir,
com precisão de marca passo,
que passo haverá de dar
(ainda mais calçando alpercatas de carimbo)

Pisei. Não nego!
Apago quando puder.

Rod

quarta-feira, fevereiro 07, 2007

Estou fragmentado

Dividido
por
dívidas
dignas
de
indignação.

Devendo a
calça a
cueca a
alma!

Dividido
devido
ao valor
devido.

Desiludido,
devastado,
indignado,
endividado,
enjaulado
no dever de
não dever

Mas

Devo duvidar
do que devo?

Devia é
dividir a
dívida!

Que dádiva
seria!
Que glória
divina!

Mas duvido da sorte,
não devo esperar.

Devo até
dever a
Deus por
duvidar.

Devo o dia,
minha tarde vadia,
minha noite fria,
minha vida vazia,
meu coração quente,
meus olhos doentes,
minha mente demente,
minha pena, meu pão.

Devo a vida
indevida
que adio
há dias
por não
ter tostão.

Vou pagando
o pato.

Engolindo
o sapo.

Pagarei tudo
(em dia?) e um
dia vocês
deverão.

Estarei sempre
a disposição.